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2 de agosto de 2010

Meu Quintal


Ontem, domingo, resolvi ir ao quintal. Quantas lembranças. Inclusive e em maior numero, lembranças da minha infância.
Comecei por lembrar-me dos guardados que ali queimei hoje me arrependo de ter queimado, não devia ter feito aquilo, querendo ou não, eram coisas referentes ao meu passado, pode até ser que me traziam lembranças ruins, mas são minhas lembranças, somente minhas. E o mais triste é que quando fui para buscar as cinzas, ver se havia sobrado algo, constatei que nada mais havia naquele lugar, nem sombra de cinzas para contar historia.

Às vezes ficamos querendo apagar da memória o que jamais ira sair do coração. Tolos. Como somos tolos, ao pensar que basta atear fogo que tudo vai se resolver, não há como queimar o que esta no coração, o que faz parte da vida. Só me dei conta disso, ontem, meses depois de ter queimado doces e amargas recordações.

Ainda no quintal, lembrei de minha infância, aquela que sempre achei um porre, aquele que sempre achei que fosse a pior de todas as infâncias, e descobri, que não, que minha infância foi rica, foi cheia de maravilhas. Quando eu era criança, achava que o quintal da minha casa fosse uma floresta, na 3° serie até quis trazer os coleguinhas da sala de aula para o meu quintal, pra uma excursão, eu achava cada cogumelo lá, gigante pra mim. Muitas coisas legais. Coisas que pareciam tão gigantes aos meus olhos de criança tão frágil e pequena.

As férias no quintal. Essas eram as melhores férias. O pé de amora, hum, que delicia, maravilha, tão pretinha, tão docinha, eu e minhas primas, tirávamos amora do pé, e nem lavava, era tirar e comer. A mão ficava toda manchada. Mas era tão gostosinha. Tinha também uma frutinha vermelha, parecida com morango, porem menor, nem sei o nome, só sei que comia muito daquela fruta vermelha. Era um manjar dos deuses pra mim.


O quintal era tão rico de coisas, rico de historias, minhas tias tem cada historia de lá.


Era um lugar bom, até que cresci, e vi que não era uma floresta, era apenas um quintal, grande sim, mas, floresta não. Eu que sempre achei que tinha minha floresta particular, percebi que era só o quintal da minha casa.

Tinha até galinheiro. Onde foi parar o galinheiro? Por que ele saiu dali? Quando foi isso? Só sei que nem vi, um dia simplesmente ele já não estava mais ali. Sumiu!

Ah! Meu mundo, meu pequeno mundo. Hoje o quintal é o lugar o choro quando posso, onde relembro o passado, imagino o futuro. Hoje o quintal, é o lugar dos meus sonhos e pesadelos mais íntimos. Porem ainda é o meu quintal. O quintal que era a minha floresta.


Obrigada Vô pelo quintal, ele sempre foi o meu refugio, e foi você quem sempre cuidou dele, tão bem, tão perfeito. Saudades.

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